Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Contribuição para o conhecimento das anomalias magnetométricas do Brasil central

1941; INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS; Volume: 1; Issue: 5 Linguagem: Português

10.1590/s0006-87051941000500003

ISSN

1678-4499

Autores

Marger Gutmans, Paulo Vageler,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

I Assim, para se ter uma ideia, pelo menos aproximada, da profun­didade e da limitacao das rochas basalticas, foram incluidas medicoes magnetometricas no programa geral de trabalhos da Seccao de Solos. O presente relato expoe os resultados da viagem de estudos reali­zada de setembro a novembro de 1938 pelos tecnicos da Seccao de Solos, atraves do Estado de Sao Paulo e parte sul de Mato-Grosso, num tracado mais ou menos reto de Campinas a Jardim, no Rio Miranda, nas proximidades da fronteira com a Bolivia. A determinacao ininterrupta das anomalias desta rota de quase 2.000 km de extensao, naturalmente nao faz jus a denominacao completa. Tendo a disposicao apenas um instrumento, o magnetometro de Paul Rusicke, Potsdam, nao nos foi possivel excluir as variacoes diarias do magnetismo terrestre. Tambem, eram possiveis apenas as medicoes da base, devido a impossibilidade de se permanecer durante longo tempo no mesmo local. A-pesar disso, os resultados alcancados sao interessantes como primeiros dados obtidos em uma regiao estudada apenas em certos pontos e de um modo superficial, dada a complexidade da estrutura geologica geral do Pais. O Estado de Sao Paulo e a parte limitrofe do Estado de Mato-Grosso estao situados numa com 900-1000 km de largura, cujas camadas mais profundas, geologicamente pesquisadas, tem, nas margens da bacia, apenas uma queda media de 5 m por 1000. O bordo oriental desta bacia e formado pelas serras de Paranapiacaba e Mantiqueira. O bordo ocidental coincide com as serras do Sangue e Maracaju. O litoral do Estado de Sao Paulo e o grande pantanal de Mato-Grosso estao situados fora do nosso perfil. O arcaico e o algonquiano aparecem somente nos bordos da bacia. Pedras calcareas, dolomitas, quarzitos e outras rochas magneticamente indiferentes encontram-se ai entrosadas com rochas magneticas. Tal estrutura petrografica reflete-se nos perfis magnetometricos levantados sobre o arcaico e o algonquiano. Grandes oscilacoes dos valores magneto­metricos sao frequentes em pequenos trajetos. Na bacia nao ha esta mudanca rapida da anomalia magnetica. As rochas do arcaico e algonquiano ficam, aqui, a uma profundidade de 1000-1500 m e sua variada composicao nao exerce acao alguma magnetica nesta distância. Os maximos e os minimos das anomalias medidas na se traduzem no perfil como ondas suaves com 50-80 km de comprimento. A anomalia de Kursk demonstrou que e possivel, pela balanca magnetica de campo, descobrir grandes jazidas de magnetita a profun-

Referência(s)