
As fronteiras da liberdade: A resistência quilombola na fronteira entre Brasil e Guianas (Século XIX)
2014; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português
10.26512/interethnica.v14i1.15353
ISSN2318-9401
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoNeste trabalho de revisão da bibliografia etno-histórica acerca dos escravos fugidos que viveram no Grão-Pará, - especialmente no Baixo rio Amazonas, entre os séculos XVIII e XIX-, verifico que esses atores históricos construíram espaços de relativa autonomia e liberdade a partir da criação de redes de comércio, comunicação e cooperação, aliança e solidariedade, com taberneiros, regatões, acoitadores de escravos, tropas policiais, e outros segmentos da sociedade escravocrata. Uma rede de relações que, por vezes, atravessava as fronteiras estabelecidas entre os Estados-nacionais e que se aproveitava dos litígios territoriais entre as nações para implementar os projetos de emancipação quilombola. Essa região, marginal à nação brasileira, era um espaço de resistência no qual os grupos quilombolas percebiam, com suas próprias lógicas de pensamento, as complexidades, as contradições, os avanços e os recuos das várias políticas coloniais ali implementadas, agindo a partir das suas próprias percepções. Além disso, a partir desses dados, percebemos a necessidade de pensar a nação brasileira enquanto espaço social imaginado, heterogêneo, de múltiplos centros/periferias e fronteiras sociais.
Referência(s)