
A clínica da angústia: um lugar para o sujeito
2001; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
2175-3652
Autores Tópico(s)Psychological Treatments and Disorders
ResumoA angustia e um fenomeno que intriga os estudiosos da natureza humana desde a modernidade. A filosofia, primeiro, e a psicanalise, em seguida, fizeram dela uma questao (Baas, B., 2000). Na segunda metade do seculo XIX, KierKegaard (1985/1844) formula-a como um conceito, entendendo-a como uma vertigem que se relaciona a liberdade. Heidegger, na primeira metade do seculo XX, postula que o homem, enquanto ser-para-amorte, e essencialmente angustia (Araujo, 2000). Na psicanalise, a angustia se impoe, desde seus primordios, como fenomeno clinico que desafia o saber medico (Besset, 1999). Isto, tanto em sua forma pura de manifestacao, sob a forma de um sofrimento no corpo, como transformada em sintomas: os de conversao, na histeria, e aqueles que afetam os pensamentos, na neurose obsessiva. Sua relacao estreita com o corpo leva Freud, num primeiro momento, a fazer dela um fenomeno circunscrito ao fisico. No Rascunho E, escrito possivelmente em 1894, o autor afirma: “Enquanto situada no fisico, o que produz angustia e um fator fisico da vida sexual.” (Freud/1950-1988, p. 229). Desta forma, nesse primeiro momento de sua conceituacao, a angustia e concebida como uma tensao, de carater sexual, que nao consegue ligar-se psiquicamente, ou seja, transformar-se em afeto sexual ou libido
Referência(s)