
A eugenia no Brasil: uma pseudociência como suporte no trato da "questão social"
2016; Volume: 15; Issue: 30 Linguagem: Português
10.22422/2238-1856.2015v15n30p259-280
ISSN2238-1856
Autores Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoA eugenia é uma pseudociência que mais ganhou corpo na América Latina, ainda que a Europa já mostrasse seu descrédito enquanto ciência, nas décadas de 1920 e 1930, com as denúncias das práticas nazistas. Na formação da Saúde Pública brasileira, num contexto de agudas desigualdades sociais e de pobreza estrutural, esta se orientou pelos pressupostos eugênicos, o que significava criar uma hierarquia de saber, de comando, de prioridades na saúde, numa postura campanhista dirigida para selecionar os adaptáveis ao grande capital que aqui ia se aportando a partir da Era Vargas. A eugenia foi uma concepção racista, por intermédio da qual procurava-se justificar o atraso econômico pelo fato de o país possuir uma grande população negra, pobre e doente, os considerados – por boa parte da elite médica brasileira – não adaptáveis e inconvenientes ao desenvolvimento econômico. Para esses pensadores eugenistas, os inconvenientes deveriam ser esterilizados e segregados. A segregação, em nível particular de ação profilática, atingiu os(as) portadores(as) de hanseníase por meio da política do isolamento compulsório.
Referência(s)