Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Incesto e saúde mental: uma compreensão psicanalítica sobre a dinâmica das famílias incestuosas

2003; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 8; Issue: 1-2 Linguagem: Português

10.11606/issn.2317-2770.v8i1-2p66-67

ISSN

2317-2770

Autores

Gisele Joana Gobbetti,

Tópico(s)

Youth, Drugs, and Violence

Resumo

<span style="font-family: Helvetica; font-size: xx-small;"><span style="font-family: Helvetica; font-size: xx-small;"><p>A possibilidade da transgressao da lei máxima que rege a nossa cultura é um fator inquietante. O incesto, ao mesmo tempo em que atrai nossa atenção, é um tema que causa resistência a reflexões por abarcar um desejo presente em todo ser humano. Segundo os estruturalistas, a interdição do incesto é um fator culturale necessário para o desenvolvimento psico-social do indivíduo. De acordo com a Psicanálise, a não atuação do incesto favorece a estruturação do aparelho mental Id, ego e superego. O presente estudo tem como objetivo ampliar a compreensão sobre o tema, visando a observação da dinâmica das famílias onde esta interdição não ocorreu, já que o incesto abarca estes dois conceitos: família e abuso sexual. A metodologia utilizada foi a avaliação de dados obtidos pela autora no seu trabalho em um serviço de atendimento a famílias incestuosas (CEARAS - Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual - Faculdade de Medicina da USP). Estes dados referem-se a: grau de parentesco entre as pessoas diretamente envolvidas na relação sexual, tipo de relação incestuosa, duração da relação e por quem foi feita a denúncia. Uma avaliação qualitativa destes dados foi completada por estudos de caso com material clínico de quatro atendimentos familiares. A teoria utilizada para a compreensão destes fenômenos foi a psicanalítica. Na relação incestuosa, foi percebido que existe o envolvimento, direto ou indireto, de todos os membros da família e que a violência do incesto não pode ser traduzida apenas pela relação sexual, mas principalmente pela não diferenciação das funções familiares.</p></span></span>

Referência(s)