O valor aspectual das cópulas ser e estar seguidas de sintagma preposicionado
2015; Volume: 9; Issue: 1 Linguagem: Português
10.17074/1806-5333.2014v9n1p111
ISSN1806-5333
AutoresMaria José Foltran, Marília Costa Pessanha,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoEste trabalho investiga como se relacionam as cópulas do português, ser e estar, com o sintagma preposicionado que as seguem, quando este é nucleado pela preposição <strong>de.</strong> A hipótese para a distribuição copular adotada neste trabalho parte de Zagona (2012) e Schmitt (2005), entre outros autores, que contemplam a morfossintaxe e a composição aspectual dos eventos nos predicados em questão. Isto é, estar é a cópula marcada para ancoragem temporal-espacial e ser é a cópula default, sem restrições quanto ao tipo de predicado. A análise dessas autoras encontra um limite em sentenças da forma cópula+PP, uma vez que não deveria haver agramaticalidade de sentenças com ser (e.g.: *eles são de bicicleta; *a criança é com piolho). Os casos nucleados pela preposição <strong>de</strong> se mostraram especialmente problemáticos, apresentando compatibilidade difusa quanto a ser e estar (e.g.: O intercambista é/*está da Coréia; Em casa de ferreiro, o espeto é/*está de pau; Pedro *era/estava de palhaço no baile de carnaval). A tese de Avelar (2006) investiga justamente esta preposição em contextos de adjunção, demonstrando que <strong>de</strong> se distingue das demais preposições por apresentar características de itens semanticamente esvaziados. Levantamos a hipótese de que, analogamente ao que ocorre na adjunção, as características de <strong>de</strong> em orações copulares seriam explicadas por este ser um item esvaziado. Metodologicamente, os dados foram levantados através de mecanismos de busca na Internet (alguns dados foram criados). Em seguida, foram aplicados testes de Avelar (2006), que examinam se <strong>de </strong>se comporta como um item semanticamente neutro. Os testes são: identificação de um valor central veiculado consistentemente por <strong>de</strong> em ocorrências distintas, substituição por outras preposições. Nossas conclusões se encaminham na direção de que os PPs que seguem os verbos copulares equivalem a locuções adjetivas. Entretanto, isso ainda não configura uma generalização robusta.
Referência(s)