Sida e a mulher
2005; SAGE Publishing; Issue: 31 Linguagem: Português
ISSN
1477-9021
AutoresCláudia Chaves, Maria José Ramalho, Paula Carrilho, Teresa Araújo,
Tópico(s)Intimate Partner and Family Violence
ResumoOs padroes epidemiologicos da pandemia do VIH/SIDA estao a mudar, fazendo prever que, nos proximos anos, o ratio homem/mulher seja de 1:1. Isto e tanto mais verdade em localizacoes geograficas onde a transmissao do virus por via heterossexual e a predominante, com particular relevância para os paises em vias de desenvolvimento. De entre estes, Africa merece destaque, ja que ai as cifras assustadoras relativas a esta doenca traduzem, de facto, a precariedade da condicao de mulheres e criancas. As mulheres sao, no presente, o grupo mais vulneravel a SIDA, nao so pelas suas condicoes anatomofisiologicas, mas tambem pela sua situacao social, economica e cultural. O seu papel na familia, como cuidadora, parceira sexual e, eventualmente, mae coloca-as face aos desafios de uma doenca que, apesar de cronica, tem, ainda hoje, um desfecho fatal. Simultaneamente e portadora/mensageira da doenca, a mulher e confrontada com os seus comportamentos passados (vitima culpada) ou acaba por se ver presa numa teia de contaminacoes sucessivas. Com frequencia, comeca por ser contaminada pelo seu parceiro sexual (muitas vezes, como verdadeira vitima inocente, ja que desconhece condutas e passado do homem com quem vive), tornando-se, depois, ela propria, transmissora da doenca aos filhos que, provavelmente, tanto quis proteger. Em 80% dos casos de SIDA pediatrica a genese pode ser encontrada na transmissao vertical.
Referência(s)