POR UMA METODOLOGIA DE TRANSFORMAÇÃO NA ENCRUZILHADA ENTRE A EDUCAÇÃO SOMÁTICA E A TECNOLOGIA: TORNANDO-SE OUTRO...
2015; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Issue: 17 Linguagem: Português
10.22456/2236-3254.58884
ISSN2236-3254
Autores Tópico(s)Arts and Performance Studies
ResumoEste artigo apresenta uma visão geral das motivações por trás de minha abordagem artística e uma descrição da pesquisa atual. Meu processo artístico visa a transformação do corpo com base em referências táteis, cinestésicas e vivenciais. Tomamos o experiencial como matéria-prima. Este processo abre inevitavelmente códigos gestuais alternativos, modos performativos e comportamentos. Como resultado, é possível considerar uma nova relação entre Educação Somática e tecnologia capaz de gerar novos paradigmas estéticos, cognitivos e comunicacionais. Aqui, a tecnologia ativa um processo que reconfigura a atividade sensório-perceptiva e leva a uma mudança da corporalidade (corporalité) que por sua vez gera corporeidade (corporéité). Esta dinâmica é baseada no desenvolvimento de uma noção de potencialidade corpórea - ou intervalo - e introduz a noção de emergência através da qual uma possível organização de uma nova forma experimental nas artes cênicas pode aparecer. Christine Buci-Glucksmann fala do intervalo como o equivalente ao termo japonês Mâ (2003: 89), explicando-o como uma potencialidade latente presente no interior do virtual. Defendo que o virtual é parte do corpo físico e mostro como esses conceitos podem ser ligados como os fundamentos de uma metodologia que eu desenvolvi com bailarinos. Esta metodologia é de uma natureza evolutiva e é baseado em estratégias de desestabilização de três componentes da educação somática que eu já experimentei a fim de recriar o que Hubert Godard chama de "um real sempre flutuante " (Godard apud Kuypers 2006: 60).
Referência(s)