Artigo Revisado por pares

Kierkegaard no Porto, 2013

2014; University of Turin; Volume: 31; Linguagem: Português

10.21747/722

ISSN

0015-1823

Autores

José Meirinhos, Paulo Tunhas,

Tópico(s)

Literary and Philosophical Studies

Resumo

O dinamarques Soren Aabye Kierkegaard e um dos mais originais einfluentes filosofos do seculo XIX. Schopenhauer, Kierkegaard, Marx, Nietzsche, representam talvez as mais importantes vias de reacao ou desenvolvimento do pensamento de Hegel.Soren Aabye Kierkegaard, nasceu a 5 de maio de 1813 e morreu a 11 de novembro de 1855. Polimata, autor de uma obra profundamente religiosa e especulativa, situa-se entre a filosofia e a teologia, em posicao critica da sociedade e do lugar que nela ocupa a religiao instituida e o dialogo com a tradicao. Os textos que publicou em vida sao sobretudo de intervencao e polemica publica, recusando qualquer aspiracao sistematica para uma obra que assinou sob varios nomes e deixou em grande parte inedita. O descentramento do sistema expressase tambem pela pseudonimia que usou abundantemente, assinando a partir de 1843 os seus textos com nomes inesperados para os quais criou identidades distintivas que mantinha, aperfeicoava e multiplicava. Apesar dos poucos leitores e do pouco sucesso literario que teve em vida, o que seguramente aprofundava a sua amarga relacao com a indiferenca, publicou muito sob pseudonimo,a que outros seus pseudonimos poderiam responder tambem publicamente,encenando assim por interpostas personae um pensamento que explorava a contraposicao de pontos de vista. A pseudonimia de Kierkegaard e um processo distinto mas tao eficaz quanto a heteronimia que Pessoa viria a inventar, para expressar a dilaceracao e a multidao que habita as contradicoes proprias do pensamento radical, aquele que aprofunda a intimidade com as coisas mesmas de que o pensamento se ocupa. Toda a producao escrita de Kierkegaard pode ser lida como a obra sobre a obra sobre a obra, a vertigem que se alimenta da proliferacao e da arrumacao em permanencia. Comeca assim a introducao de Ponto de visto explicativo da minha obra como escritor: Na minha obra cheguei a um ponto onde e possivel, onde experimento a necessidade e por conseguinte, considero agora meu dever declarar de uma vez por todas tao francamente, tao abertamente, tao categoricamente quanto possivel, em que consiste a producao, o que pretendo ser como autor. (S. Kierkegaard, Ponto de visto explicativo da minha obra como escritor, trad. J. Gama, Ed. 70, Lisboa 1986, p.19). DOI: http://dx.doi.org/10.21747/21836892/fil31a3

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