Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Deve-se Definir Transdisciplinaridade?

1997; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 2; Issue: 1-2 Linguagem: Português

10.1590/1413-812319972102032014

ISSN

1678-4561

Autores

José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres,

Tópico(s)

Business and Management Studies

Resumo

iscussoes em torno de aspectos como complexidade, interdisciplina­ridade, multidisciplinaridade e transdiscipli-naridade sao de transcendente importância para esse nosso atipico campo cientifico da Saude Coletiva - meio teoretico, meio prag­matico; meio quantitativo, meio qualitativo; meio biologico, meio social; meio universal, meio brasileiro. Nesse sentido e sempre ex­tremamente bem-vinda qualquer tentativa de tratamento critico desses aspectos, especial­mente quando realizado por um pesquisador ja notabilizado por sua inquietude intelectual e, por isso mesmo, por uma aguda capacida­de de fomentar reflexao e debate. O presente trabalho de Naomar de Almeida Filho nao difere dos anteriores quanto a esta caracteristica. Ao trazer para exame o que chama de esquema Jantsch-Vasconce-los-Bibeau, mais do que sistematizar e divul­gar um tema de interesse e uma consistente proposicao a respeito, Almeida Filho nao hesita em dar um passo adiante: mal nos apresenta uma solucao terminologica - no sentido filosofico de atribuicao de identida­des epistemicas - e ja nos convida a tomar outras direcoes, formulando o que se pode­ria chamar esquema Jantsch-Vasconcelos-Bibeau-Almeida Filho. Uma apreciacao um pouco mais demo­rada d o texto mostra, contudo, a inadequacao da denominacao acima. Ela denotaria uma falsa simetria de posicao nos construtores do novo esquema, escamoteando o mais subs­tantivo na contribuicao que o autor quer tra-zer, que nao e a de somar-se as proposicoes apresentadas, nem tampouco a de contrapor-se antagonicamente a elas. E no movimento de acolhimento na recusa que se pode reconhecer o encontro dos horizontes de Almeida Filho e de seus interlocutores. Nao esta, com efeito, na simpatia que transparece do modo como expoe a sistematizacao conceituai examinada, nem exatamente nas divergencias levantadas, o nucleo arquiteto­nico do texto, mas nas motivacoes e argu­mentos que o trazem daquela ate estas. Por isso mesmo, sera neste trânsito genuinamen­te dialogico efetuado pelo autor que preten­do fixar meu comentario, buscando enfocar uma das teses que me parecem fulcrais na argumentacao de Almeida Filho:

Referência(s)