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<b>Na contramão de uma morte anunciada</b><br>DOI:10.5007/1984-6924.2010v7n1p215

2010; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5007/1984-6924.2010v7n1p215

ISSN

1984-6924

Autores

Alexandre Lenzi,

Tópico(s)

Education and Digital Technologies

Resumo

Sem a pretensao de fazer previsoes para longo prazo, Lourival Sant’Anna apresenta no livro O Destino do Jornal – A Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo na sociedade da informacao, um trabalho consistente que vai alem dos exercicios de futurologia responsaveis por condenar o jornal impresso a morte certa. O autor esta mais preocupado em encontrar caminhos que podem contribuir para uma saudavel adaptacao ao novo cenario da comunicacao do que embarcar no discurso daqueles que, mais uma vez, preveem o fim do jornal impresso, assim como ja fizeram quando o radio e a TV surgiram como novos concorrentes. Sem tambem cair no otimismo ingenuo de quem acredita na eternidade do jornal impresso, Sant’Anna une a experiencia de duas decadas de redacao com o trabalho academico para trazer uma reflexao sobre o que sera preciso para que os veiculos impressos se renovem e confirmem a manutencao do seu espaco na sociedade da informacao. Lancado em 2008, o livro ganha forca no atual cenario, em que jornalistas estao cercados de duvidas sobre seu futuro como comunicadores. O autor reconhece a preocupacao com o quadro contemporâneo do mercado de comunicacao, onde nao so menos pessoas estao lendo jornais, como tambem o estao fazendo por menos tempo. Como ressalta Sant’Anna, para as novas geracoes, que experimentaram na infância os estimulos do videogame, do computador e da propria internet, o jornal impresso de hoje pode revelarse um meio opaco e desinteressante. Contribuindo nesta discussao, Sant’Anna apresenta um estudo exploratorio e descritivo, com levantamento de dados quantitativos e qualitativos. Uma das conclusoes inegaveis e de que a convergencia entre os meios promete pautar a formacao dos novos profissionais do jornalismo, alem de exigir que aqueles ja atuantes se adaptem a nova estrutura de producao das redacoes. Mas para o autor, sem uma devida preparacao dos profissionais das redacoes, a pratica de alguns meios digitais de encarregar seus reporteres de voltar da rua para a empresa com conteudos em mais de uma linguagem possibilita questionamentos sobre a qualidade na apuracao, dada a sobrecarga de tarefas e de preocupacoes com aspectos tecnicos. Sant’Anna defende que essa mudanca exige a formacao de um novo perfil de jornalistas, no qual o individualismo e o protagonismo cederiam espaco para o trabalho em equipe. E importante ressaltar aqui que o autor nao se mostra contra a convergencia, mas apenas reconhece a necessidade de uma preparacao dos profissionais para que ela ocorra de forma eficiente. A valorizacao que Sant’Anna da aos novos recursos ganha embasamento * Jornalista com especializacao em Novas Midias pela Furb (2004), em Estudos de Jornalismo pela UFSC (2005) e mestrando em Jornalismo pela UFSC, com pesquisa na area de reportagem multimidia.

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