Da práxis de-colonial e intercultural no ensino superior indígena: Andante ma non troppo

2015; Volume: 31; Issue: 31 Linguagem: Português

ISSN

1646-401X

Autores

Manuela Guilherme, Filipa Lourenço,

Tópico(s)

Latin American Cultural Politics

Resumo

Este artigo inicia-se com uma discussao teorica sobre as tensoes locais, nacio nais e globais que hoje pressionam as instituicoes de educacao superior, a fim de contextualizar a apresentacao dos desafios ontologicos e epistemologicos que as universidades indigenas interculturais, recentemente criadas na America Latina, tem empreendido. As exigencias de internacionalizacao e transnacio- nalizacao feitas as instituicoes de educacao superior pelos governos nacionais, organizacoes transnacionais e, sobretudo, pelo contexto academico global nao lhes permite ignorar inovacoes e experiencias interculturais realizadas onde quer que seja no globo. Como consequencia da relacao paradoxal entre a globalizacao hegemonica e a visibilidade crescente de grupos discriminados na educacao superior, a gestao universitaria tem de reagir a desafios enormes, tanto no que respeita ao desenvolvimento curricular como a coordenacao de actividades de extensao e investigacao, de modo a corresponder a cada vez maior diversidade e mobilidade das sociedades. O texto tambem foca pers- pectivas ontologicas e epistemologicas ignoradas que o conhecimento univer- sitario deve considerar, traduzir e comparar/contrastar a fim de empreender a busca por uma “ecologia de saberes” que nos acreditamos poder vir a inspirar o futuro do mundo academico. Por fim, este artigo apresenta alguns exemplos se - lecionados, como o de um documento fundador, a Constituicao do Estado Plurinacional da Bolivia, e tambem o relato da experiencia de uma praxis academica em uma instituicao de ensino superior no mesmo pais, com o envolvimento de uma comunidade indigena local. Palavras-chave: educacao intercultural; educacao superior; de-colonizacao; epistemologia; ecologia de saberes.

Referência(s)