As novas aventuras da dialética: Holloway, Guattari, Virno

2008; Volume: 2; Issue: 13 Linguagem: Português

ISSN

2317-806X

Autores

Eduardo Pellejero,

Tópico(s)

Education, Politics, and Culture Studies

Resumo

Algumas (muitas) das mais interessantes teorizacoes do marxismo tem origem nos grandes fracassos do marxismo, dando conta de uma fidelidade com potencial emancipatorio dessa ideia (desse movimento) que excede largamente o saudosismo do passado e a adaptacao ao presente. E o caso de Les Aventures de la dialectique, o livro de Merleau- Ponty, onde procede-se a uma reavaliacao das apostas marxistas da epoca. A problematizacao das ideias de progresso e de sentido oscilava, entao, entre a rejeicao incondicional da revolucao (a revolucao instituida, como fato historico, ou como verdade), a defesa timida dos seus valores (a revolucao como inscricao de um certo progresso na historia: as conquistas de Outubro) e a redefinicao das instituicoes de esquerda (a revolucao como agenciamento de intersubjetividade). Mais de 40 anos depois, autores tao diversos como Slavoj Zizek, Antonio Negri, Alain Badiou e Jacques Ranciere voltam a jogar esse jogo, onde a heranca do marxismo ocidental e dividida (partilhada) entre pretendentes a uma revolucao pensada como acontecimento, como critica, como projeto ou como instituicao. O que e (o que deve ser) o marxismo contemporâneo? Repetindo o gesto de Merleau-Ponty, e a partir destas perspectivas (nao necessariamente comensuraveis), o que procuramos sao elementos para a redefinicao de uma nova pragmatica militante, capaz de acolher a imponderabilidade de novos saberes, de novas tecnicas e de novos dados politicos.

Referência(s)