Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Reading Nostra Aetate in reverse: a different way of looking at the relationships among religions

2015; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 13; Issue: 40 Linguagem: Português

10.5752/p.2175-5841.2015v13n40p1826

ISSN

2175-5841

Autores

Peter C. Phan,

Tópico(s)

Religious and Theological Studies

Resumo

<p>Nostra Aetate indiscutivelmente representou, quando de sua promulgação em 1965, um avanço importante na teologia católica das religiões. Mas a sua perspectiva sobre outras religiões ainda permanece profundamente "cristocêntrica", uma vez que vê as outras religiões a partir do ponto de vista cristão e usa o cristianismo como o critério para avaliá-las. Graficamente, a sua teologia da religião pode ser representada por uma série de círculos concêntricos, com o cristianismo ocupando, por um lado, o centro do círculo, e as outras religiões ocupando círculos sucessivos, com o aumento da distância a partir do centro, em função do número dos elementos da religião considerada verdadeira, isto é, o cristianismo. Como seria a "a relação da Igreja com as religiões não cristãs" (título completo da Declaração Nostra Aetate) se nosso ponto de partida fosse as outras religiões e as víssemos a partir de seus próprios termos, como elas vêem a si mesmas, isto é, não como "não-cristãs", investigando assim suas relações mútuas? O presente ensaio começa com um exame da teologia das religiões implícita no uso da expressão "não cristãs" quando isso se refere às religiões diferentes do cristianismo. Argumenta-se que o "não" da referida expressão não é um termo descritivo neutro, pois ele representa a "teologia da substituição", próprio daquelas religiões predominantes antes e durante o Concílio Vaticano II. Em seguida apresenta-se uma crítica à referida teologia da substituição, demostrando que ela é insuficiente para o diálogo inter-religioso. Finalmente, o texto propõe uma maneira diferente de conceber a relação entre o cristianismo e outras religiões (como "outras" e não como "não cristãs"), aplicando os conhecimentos a respeito do diálogo judaico-cristão, especialmente a sua rejeição do supersessionismo, a sua condenação do "ensino de desprezo" e sua teologia trinitária da religião.Em síntese, o ensaio tenta formular uma “teologia quenótica da religião" em que o cristianismo e a Igreja deixam de estar no centro normativo, de modo que as religiões não cristãs emerjam como seu "cumprimento" e perfeição. Ao invés disso, todas as religiões, incluindo o cristianismo, devem esvaziar a si mesmas, de modo a serem preenchidas pelo “outro” através da correção mútua, da aprendizagem e enriquecimento recíprocos.</p>

Referência(s)