
Renda Per Capita não monetária: proposta metodológica aplicada à Comunidade Quilombola do Mandira
2016; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 26; Linguagem: Português
10.4000/confins.10689
ISSN1958-9212
AutoresJosé Mariano Caccia Gouveia, Jurandyr Luciano Sanches Ross,
Tópico(s)Agriculture and Rural Development Research
ResumoNa tentativa de mensurar e avaliar o grau de desenvolvimento econômico, diversos índices foram desenvolvidos e, entre aqueles utilizados universalmente, destacam-se: PIB – Produto Interno Bruto, PNB – Produto Nacional Bruto, IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, e a Renda Per Capita – RPC. Este último merece especial atenção, pois além de configurar-se em indicador isolado, responde por 1/3 dos valores obtidos para o IDH, à quase totalidade do PIB de comunidades, além de ser um dos indicadores da dimensão econômica de instrumentos de métrica de sustentabilidade. Entretanto, a RPC induz a equívocos na interpretação dos resultados ao apoiar-se exclusivamente nos valores monetários aferidos pelo trabalho ou pelo comércio, mostrando-se ineficaz quando aplicada em comunidades nas quais prevalecem relações autônomas de produção/consumo/comercialização. Quando parte dos recursos necessários à sobrevivência é extraída do ambiente ou produzida localmente, não há desembolso de valores monetários para sua satisfação, embora esta também seja resultado de trabalho executado e, portanto, deve ser considerada para efeito de cálculo da RPC. Neste sentido este artigo apresenta, através de um estudo de caso, a proposição, em caráter exploratório de metodologia que busca superar essa deficiência do índice. Procurou mensurar o volume desses recursos e, sempre que possível, atribuir-lhes valor monetário, permitindo obter um índice equivalente ao da RPC, com maior coerência para aplicação em comunidades ou grupamentos rurais. A este se sugere a denominação “RPC-A – Renda per capita Agregada”, que corresponde à somatória da RPC com a renda não monetária cujo montante foi possível aferir. Como resultado, considerando-se apenas os itens cuja valoração foi possível, esse valor correspondeu a um incremento de 77,01 % na renda local. Este novo índice permite também lançar novos olhares sobre estudos acerca de “Qualidade de Vida” e de análises comparativas entre os meios urbano e rural.
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