Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A balada do Mar Salgado. Viagem filmada por paisagens sem homens

2015; University of Lisbon; Volume: 50; Issue: 100 Linguagem: Português

10.18055/finis7872

ISSN

2182-2905

Autores

Maria do Carmo Piçarra,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

<p>Neste artigo procuro analisar porque é que o filme I cruzeiro de férias às colónias ocidentais, encomendado ao prestigiado fotógrafo de arte San Payo para registar o “primeiro cruzeiro de soberania” organizado pela Agência Geral das Colónias, foi projectado uma única vez durante o Estado Novo. Filme de viagens, um subgénero do cinema colonial de propaganda, é uma das primeiras obras de propaganda oficial com a qual se pretende projectar a ideia de que “Portugal não é um país pequeno”: (re)construir o país através de um novo mapa do império, portanto. Filme-sintoma de uma “cultura de mobilidade”, identificada por Jean Brunhes, quer atestar o domínio do espaço imperial através das novas tecnologias da comunicação. Inconsciente desse fenómeno, da aceleração, terá sido vítima da desintegração do olhar sobre o quotidiano das colónias? Ter-lhe-á faltado, para cumprir o desígnio de projectar a grandeza da nação, um movimento, mais íntimo, da contemplação para a compaixão (Orlando Ribeiro)?</p>

Referência(s)