
Programa de Reabilitação Ampliada (PRA): uma abordagem multidimensional do processo de reabilitação profissional
2009; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português
10.11606/issn.2317-0190.v16i2a103169
ISSN2317-0190
AutoresCarolina Bunn Bartilotti, Paulo Renato de Andrade, Juliana de Mattos Varandas, Paula Cristina Gamba Ferreira, Cristine Cabral,
Tópico(s)Health, Nursing, Elderly Care
ResumoO PRA foi desenvolvido a partir de uma demanda do Ministério Público do Trabalho (MPT) 12ª Região mediante denúncia de uma alta prevalência (10%)de doenças ocupacionais; em especial LER/DORT e transtornos mentais, em uma empresa do ramo de produção e abate de aves e suínos do meio oeste de Santa Catarina. A partir do estabelecimento de parcerias entre o INSS, Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (CEREST/SC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e MPT 12ª Região, o PRA foi desenvolvido como uma proposta de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), sendo um projeto único no Brasil e constituído de três pilares: 1. assistencial; 2. vigilância; e 3. requalificação. Fizeram parte da equipe multidisciplinar 18 profissionais que ofereciam serviços de fisioterapia, terapia ocupacional (T.O.), psicologia, acupuntura, reeducação postural global (RPG), tai chi chuan, massoterapia, danças circulares, grupo informativo, condicionamento físico, hidroginástica, terapias complementares e assistência social. Este programa foi iniciado em novembro/2007 finalizando suas atividades em setembro/2008, atendendo durante este período 425 pessoas. Os objetivos principais deste artigo são: 1. descrever a estrutura do PRA e seus procedimentos no pilar assistencial e requalificação; 2. apresentar os principais resultados encontrados. Trata-se de um estudo quantitativo de corte transversal, com coleta de dados em dois momentos (inicio e término do tratamento). Os dados foram analisados utilizando estatísticas descritivas e inferenciais (média, DP), teste T e Chi-quadrado. Um grande número de trabalhadores apresentou melhoras significativas nos indicadores qualidade de vida, saúde global, capacidade funcional, depressão, aumento da amplitude de movimento. Cerca de 271 trabalhadores atendidos (64%) retornaram ou estão retornando ao trabalho, 68 (16%) ainda permanecem afastados, 32 (cerca de 7 %) foram aposentados, 24 (cerca de 6%) apresentaram outras patologias não contempladas pelo programa, 19 (cerca de 4%) ainda estão realizando algum tratamento, e 11 (3%) beneficiários abandonaram o programa de reabilitação. O que pode se concluir a partir desta experiência, é que o processo de reabilitação profissional deve abordar esta problemática a partir de um enfoque biopsicossocial. O foco principal da equipe de reabilitação não é na patologia instalada, e sim o restabelecimento das capacidades funcionais e desenvolvimento de novas possibilidades, a partir do grau de funcionalidade e escolaridade do trabalhador.
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