Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Do ponto de vista do “crime”: notas de um trabalho de campo com “ladrões”

2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 22; Issue: 45 Linguagem: Português

10.1590/s0104-71832016000100013

ISSN

1806-9983

Autores

Adalton Marques,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Resumo Neste artigo trato de negociações que marcaram a minha pesquisa com “ladrões”. Argumento que o plano de relações que as sustentam, denominado “crime” por eles, consiste em três agenciamentos: 1) uma preocupação obstinada com a pergunta “o que é o certo?”; 2) um “movimento” coletivo de considerações variáveis a respeito de quem “está pelo certo”; 3) um processo ininterrupto de (re)definições de “aliados”/“inimigos”. Sob tal plano de relações, a pesquisa se tornou viável todas as vezes em que fui classificado como alguém dos “direitos humanos”. Indicando um forte ceticismo quanto à possibilidade de a “opressão carcerária” ser combatida pelo “sistema” e absolutamente indiferente a qualquer intenção universalista, essa noção bem pode ser utilizada para classificar “aliados” conjunturais (pesquisadores, Pastoral Carcerária), mas seu aspecto provocativo consiste no fato de que ela também pode ser usada, conforme apresento em dois casos etnográficos, para refletir não a alteridade, mas os próprios esforços dos “comandos” prisionais.

Referência(s)