
A Confissão de Lúcio e a crise da narrativa moderna
2015; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 30 Linguagem: Português
10.12957/soletras.2015.16355
ISSN2316-8838
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoO romance, gênero textual do mundo burguês, nasce a partir da transição da sociedade aristocrática para a burguesa, entre fins do século XVIII e início do século XIX, assinalando uma crise na forma e no conteúdo da literatura, que passaria a ser expressa mormente em prosa e cuja temática estaria voltada, muitas vezes, para aqueles assuntos considerados corriqueiros, uma vez que o romance, ao ser composto para um público leitor ampliado, visaria também a cumprir uma função pedagógica de engajamento. Na contramão da narrativa oitocentista, o romance do princípio do século XX, inscrito na ideia da crise da mimesis, romperia com os padrões da narrativa do século XIX, evidenciando um abalo na estrutura do próprio texto. Este trabalho propõe uma análise de A Confissão de Lúcio – do escritor modernista Mário de Sá-Carneiro –, um dos primeiros romances a esgarçar o cânone da narrativa oitocentista em Portugal, assinalando a consciência da crise da representação. Para tanto, baseia-se nas teorias do romance de Georg Lukács, Ian Watt e Anatol Rosenfeld.
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