
Sobre a Familiar 1.7 de Francesco Petrarca e a polêmica contra os velhos dialéticos
2015; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 16; Issue: 31 Linguagem: Português
10.1590/2237-101x016031002
ISSN2237-101X
AutoresSérgio Xavier Gomes de Araújo, Bianca Fanelli Morganti,
Tópico(s)Medieval Philosophy and Theology
ResumoRESUMO A epístola 1.7 das Familiares de Petrarca, dedicada ao vitupério dos "mestres dialéticos", nos remete às batalhas travadas ao longo de toda a sua obra. Como é amplamente conhecido, a prosa latina é o campo preferido pelo poeta para expressar seus argumentos contra o saber nos moldes escolásticos conforme praticado nas grandes universidades da época, como a de Paris e a de Oxford. O texto encena o embate entre duas concepções antagônicas de filosofia; entre duas imagens inconciliáveis de sapientia em suas respectivas práticas discursivas: de um lado, como objeto de vitupério, surgem os "dialéticos" ou os magistri artium, providos de técnicas refinadas de argumentação silogística instrumentalizadas em disputationes sem fim, de outro lado, desponta o ethos do sábio que Petrarca forja para si como preceptor de costumes à maneira de Sêneca, emulando uma noção de filosofia de caráter essencialmente moral e prático, como terapia ética contra as paixões e como itinerário para a tranquilidade da alma e para a beatitude eterna.
Referência(s)