Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Identidade e alteridade no cinema: espaços significantes na poética sonora contemporânea

2015; Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Universidade de São Paulo; Volume: 42; Issue: 44 Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.103048

ISSN

2316-7114

Autores

Virginia Flores,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Nem sempre o trabalho com o som nos !lmes passa apenas pela questão da localização in ou off em rela- ção à imagem. Por exemplo, o modo como Lucrecia Martel se apropria e elabora a trilha sonora – e a referência aqui é aos !lmes La ciénaga (O pântano, 2001) e La mujer sin cabeza (A mulher sem cabeça, 2008) – estabelece outro tipo de observação em relação ao espaço construído pelo som e coloca em evidência outras possibilidades de leitura do próprio !lme. Assim como Martel trabalha de forma singular e contundente seus espaços narrativos através do som, enfatizando a importância e a possibilidade de se usar este elemento no sentido da composição do espaço cênico e das relações com a mise en scène, dois exemplares da produ- ção brasileira contemporânea – O som ao redor (2013), de Kleber Mendonça Filho, e Eles voltam (2014), de Marcelo Lordello –, se destacam pelos trabalhos com a trilha sonora. A partir da criação dos ambientes sonoros que cercam as personagens, os !lmes constroem sutilmente os conceitos de alteridade e identidade, tecendo um jogo interessante de diferenças e semelhanças entre o que se vê (identidade) e o que se ouve (alteridade).

Referência(s)