Artigo Acesso aberto Produção Nacional

"Transição de cor": Raça e abolição nas estampas de negros de Angelo Agostini na Revista Illustrada

2015; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 16; Issue: 31 Linguagem: Português

10.1590/2237-101x016031003

ISSN

2237-101X

Autores

Marcelo Balaban,

Tópico(s)

Sociology and Education in Brazil

Resumo

RESUMO Angelo Agostini ficou conhecido como um dos principais caricaturistas do Brasil oitocentista. Sua fama se deveu, em grande medida, às imagens que publicou protagonizadas por personagens negros. Nelas, o artista italiano teria sido incansável defensor da causa dos escravos. Neste artigo, busco analisar essas imagens por meio de outras chaves interpretativas. No lugar de festejar o implacável abolicionista, procuro desvendar os sentidos raciais e as lógicas políticas que informavam seus desenhos de negros. Em cada um deles, o ítalo-brasileiro Agostini produz, e reproduz, estereótipos sobre os sujeitos tematizados, definindo seus personagens negros ora como vadios, ora como perigosos e irracionais, ou, ainda, como passivos diante dos horrores da instituição servil. Misturando raça e escravidão na criação desses desenhos, Agostini produz, nesse processo, a própria imagem como um dos heróis da grande causa.

Referência(s)