
Eu virei homem!: a construção das masculinidades para adolescentes participantes de um projeto de promoção de saúde sexual e reprodutiva
2016; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0104-12902016145555
ISSN1984-0470
AutoresAnna Carolina de Sena e Vasconcelos, Rosana Juliet Silva Monteiro, Vera Lúcia Dutra Facundes, Maria de Fátima Cordeiro Trajano, Daniela Tavares Gontijo,
Tópico(s)Gender Roles and Identity Studies
ResumoResumo Este estudo teve por objetivo discutir a construção sobre as masculinidades no discurso de adoles centes participantes de um projeto de promoção de saúde sexual e reprodutiva, realizado em uma escola pública em Recife (PE) com 24 adolescentes homens matriculados no 8° e 9° ano do ensino fundamental. Em uma abordagem qualitativa, os dados coletados por meio da gravação de áudio em equipamento digital e pela técnica da observação participante, com a utilização de registro em diário de campo, foram submetidos à análise de conteúdo temática. A análise dos dados resultou em três ca tegorias temáticas. Na categoria "Percepções sobre o corpo masculino", observou-se que os adolescen tes necessitavam de aspectos concretos e visíveis para assimilar a transformação do corpo, havendo dificuldade e resistência inicial para discutir sobre o próprio corpo. Na categoria "Gênero e masculini dades", observou-se a limitação dos adolescentes na compreensão das relações de gênero e na con cepção sobre a sexualidade, fundamentando-se nas experiências divergentes para homens e mulheres, permeadas pelas construções culturais. Na catego ria "Paternidade e masculinidades", os adolescentes apontaram que as concepções de paternidade têm se transformado, envolvendo diferentes modelos de paternidade. A partir do exposto, infere-se que as diferentes construções acerca das masculinidades estão relacionadas às experiência de vida dos adolescentes e que podem ter implicações significativas no modo de vivenciar a saúde sexual e reprodutiva, tornando relevante a desmistificação dessas cons truções, bem como a participação dos profissionais de saúde para contextualizar ações de promoção e educação em saúde.
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