Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Timbre e Escrita ao Piano: por uma Incorporação do Comportamento Acústico do Piano na Composição e Análise Musical

2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS; Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5216/mh.v14i1.32930

ISSN

2317-6776

Autores

Didier Guigue, Luciana Noda, Bibiana Maria Bragagnol,

Tópico(s)

Neuroscience and Music Perception

Resumo

Ainda que incompletos, os dados fornecidos pelas pesquisas científicas sobre a acústica do piano nessas últimas décadas permitem destacar com precisão um comportamento típico do instrumento, que pode ser reduzido a um princípio de decréscimo ponderado da complexidade de espectros proporcional à altura da frequência fundamental. Explicitadas as causas deste princípio, este texto recorda em que medida esta “permanência causal” (Schaeffer) pode ser moldada pelas diversas modalidades de ação sobre a interface do instrumento e mostra como o controle do compositor e do intérprete se exercem sobre as duas dimensões que determinam a qualidade (timbrística) inicial de uma dada altura – os registros e as intensidades. Destaca-se destas observações uma dissociação funcional fundamental entre estas duas dimensões: a escrita do registro impõe uma escolha passiva dentre as invariantes possíveis e a escrita das intensidades indica uma direção e uma taxa de modulações a serem efetuadas sobre as invariantes escolhidas. Após uma sessão sobre a incidência da ação dos pedais sobre o timbre, é proposta uma avaliação geral das condições de controle das variáveis, do que se conclui que a notação, mesmo a convencional, é capaz de representar simbolicamente o timbre resultante das prescrições notadas, desde que formalizadas as correlações entre o som e o símbolo e definida uma estratégia funcional de decodificação. Palavras-chave: Piano; Organologia; Acústica; Timbre; Performance; Composição para piano; Análise.

Referência(s)
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