Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

VARIAÇÕES DE CURTO PRAZO DO METABOLISMO E DA pCO2 NA LAGOA RODRIGO DE FREITAS: ELEVADO DINAMISMO EM UM ECOSSISTEMA TROPICAL URBANO

2012; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 16; Issue: 03 Linguagem: Português

10.4257/oeco.2012.1603.06

ISSN

2177-6199

Autores

Humberto Marotta, Renata Maria Pereira Ricci, Pedro Lima Sampaio, Melo Pedro, Alex Enrich‐Prast,

Tópico(s)

Marine and coastal ecosystems

Resumo

O balanço entre fotossíntese e respiração (metabolismo) desempenha um importante papel sobre a pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2) nas águas urbanas de elevada produtividade. As lagoas tropicais costeiras podem apresentar intensos processos metabólicos, consequência de flutuações naturais e antropogênicas nos aportes da bacia de drenagem ou da troca de água marinha. O presente trabalho avaliou a variação de curto prazo do metabolismo aquático e da pCO2 nas águas de uma lagoa urbana tropical (Lagoa Rodrigo de Freitas) ao longo de 7 dias consecutivos. A Lagoa Rodrigo de Freitas se localiza em uma área densamente povoada na cidade do Rio de Janeiro - Brasil, sendo submetida ao lançamento de efluentes domésticos, que acarreta recorrentes mortandades de organismos. As concentrações de CO2e O2, os fluxos de CO2 na interface água-ar, as estimativas do metabolismo aquático e o índice de respiração (IR) foram determinados nas águas superficiais e de fundo. Nossos resultados revelaram uma relação negativa entre ambos os gases, confirmando o papel do metabolismo aquático sobre a predominância da supersaturação de CO2 e da subsaturação de O2 na estação de coleta, a qual é descrita para maioria das águas continentais. Além disso, valores de IR próximos do limite crítico à respiração aeróbica (em torno de 0,7) foram observados especialmente nas águas de fundo, que apresentou persistência de supersaturação de CO2 ao longo do tempo. Já as águas superficiais foram mais variáveis. A comparação entre os períodos anterior e posterior à chuva e abertura da conexão ao mar (chuva+comporta) sugere a alternância nas águas superficiais entre fontes e sumidouros de CO2 à atmosfera (de 3,1 a -1,4 mmol m-2d-1). Essas variações da saturação de CO2e O2 nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas não acompanharam as flutuações do metabolismo aquático diário, sugerindo que o balanço dos gases metabólicos também pode ser influenciado por mudanças acumuladas nos dias anteriores. Como conclusão, processos naturais e antropogênicos, incluindo chuvas e aberturas da conexão com o mar, podem contribuir para mudanças drásticas no metabolismo aquático, especialmente devido às altas temperaturas e ao aporte de nutrientes estimulando os processos biológicos nos ecossistemas urbanos tropicais.

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