Artigo Acesso aberto Revisado por pares

O Manual escolar como guarda-comidas, ou um processo de trofalaxia

2013; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 23; Issue: 44 Linguagem: Português

10.18675/1981-8106.vol23.n44.p148-161

ISSN

1981-8106

Autores

Fernando José Costa,

Tópico(s)

Education Pedagogy and Practices

Resumo

O manual escolar revela-se, sem dúvida hoje, um dispositivo que realiza percursos essenciais, numa espécie de quadrangulação, entre professores, alunos, encarregados de educação e editores. Como dispositivo privilegiado de educação, o ME assume, então, uma vitalidade que lhe confere um lugar especial junto dos docentes, mas envolvendo-se num intrincado circuito comercial, que lhe pode retirar essencialidade no ato educativo. Devendo constituir o ME um organizador avançado, a sua construção não deveria ser na base de instruções ou na perspetiva de que, se se tornar rotina, isso facilitaria a aquisição das aprendizagens. A construção do ME deve equacionar a legitimidade do outro, o aluno, e só fará sentido se considerar esse outro como consumidor, produtor, construtor, gestor e seu apreciador. Desta análise, pode resultar uma aproximação teórico-prática à construção de manuais escolares, mesmo considerando-se a análise empírica adoptada como método de investigação, base essencial, de modo, o ME possa adquirir uma dignidade elevada e consistente, na premissa de que deve contribuir, também, para a dignidade e consistência do conhecimento a adquirir pelos alunos.

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