Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

INTOXICAÇÃO NATURAL PELAS FOLHAS DE MASCAGNIA RIGIDA (MALPIGHIACEAE) EM OVINOS

2008; Zeppelini Editorial; Volume: 75; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/1808-1657v75p2292008

ISSN

1808-1657

Autores

I. Pacífico da Silva, Rodrigo Araújo Lira, Raquel Ribeiro Barbosa, Jael Soares Batista, Benito Soto‐Blanco,

Tópico(s)

Plant and fungal interactions

Resumo

RESUMO Mascagnia rigida, cipó ou arbusto da família Malpighiaceae, denominada popularmente como tingui e timbó, é uma das plantas tóxicas mais conhecidas, presente na região Nordeste e parte da região Sudeste do Brasil. Representa uma significante causa de morte em bovinos e caprinos. No entanto, até o momento, não foi descrito nenhum caso de intoxicação natural em ovinos. Assim, o presente trabalho procura descrever, pela primeira vez, quatro surtos de intoxicação por M. rigida em ovinos. Os surtos ocorreram nos Municípios de Mossoró (três surtos) e Upanema (um surto), no Rio Grande do Norte, em 2006. A sintomatologia clínica dos animais afetados consistiu em apatia, tremores musculares, taquicardia, dificuldade em se manter em pé, dispnéia e convulsões seguidas de morte. As lesões histológicas observadas foram infiltrado multifocal de células linfocitárias no miocárdio associado a edema e degeneração dos miócitos, e degeneração vacuolar difusa dos hepatócitos. Para confirmar a etiologia da doença, foi realizado um experimento com duas ovelhas saudáveis administrando-se diariamente folhas frescas da M. rigida. No primeiro e no segundo dia foi administrada a planta na dose de 10 g/kg de peso vivo, enquanto no terceiro e no quarto dia, a dose foi de 20 g/kg. Aproximadamente 2 horas após a última administração (quarto dia), os animais apresentaram manifestações clínicas semelhantes à intoxicação natural, inclusive morte. Os achados patológicos também foram similares aos casos naturais. Assim, a espécie ovina também é naturalmente afetada pela intoxicação por M. rigida e há um efeito cumulativo, sendo a dose letal total de 60 g/kg de peso vivo.

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