O SOM AO REDOR: SEM FUTURO, SÓ REVANCHE?
2015; CENTRO BRASILEIRO DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO; Issue: 101 Linguagem: Português
10.1590/s0101-33002015000100009
ISSN1980-5403
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoEm suas sete primeiras semanas de exibicao, em 2012, O som ao redor (2012), primeiro longa-metragem de ficcao do roteirista e diretor Kleber Mendonca Filho, alcancou um publico superior a 70 mil espectadores, o que da o que pensar em se tratando de cinema brasileiro. Em janeiro de 2014, tambem devido a boa recepcao internacional e a indicacao para o Oscar, foram lancados no mercado dois DVDs, com tudo a que tem direito um empreendimento com previsao de bons resultados: filme, versao comentada pelo diretor, making of, cenas nao utilizadas, entrevistas concedidas pelo cineasta, gravacao de debates e exibicao de alguns de seus curtas, como Vinil verde, Recife frio, Eletrodomestica. O sucesso, ainda que relativo se comparado aos indices de bilheteria do cinema internacional, pode ser explicado por varios fatores, entre os quais os sagazes flashes da vida contemporânea numa grande cidade, em chave do que Kleber Mendonca chama de “realismo mundano”1, aos quais se combina uma narrativa de suspense em que expectativas angustiantes nao se resolvem. A esses elementos associam-se a qualidade tecnica das imagens e da montagem (do diretor e de Joao Maria) e a sonoplastia, que, ao funcionar como comentario autoral ao enredo, da novos significados a ele. Ja o publico cinefilo se compraz com referencias a outras obras do cinema nacional e a thrillers conhecidos2, com autocitacoes e aproveitamento de curtas do diretor, como Eletrodomestica (2005). [*] Os acertos deste texto devem muito as discussoes em seminario organizado por Paulo Eduardo Arantes e em encontros com orientandos sob a coordenacao de Edu Teruki Otsuka. Agradeco tambem a ambos, a Roberto Schwarz e a Salete de Almeida Cara pela leitura e por sugestoes. Os desacertos correm por minha conta e risco.
Referência(s)