
A farsa e El-Rei Junot, subversão e decadência
2015; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 18; Issue: 1 Linguagem: Português
10.20396/rua.v18i1.8638297
ISSN2179-9911
AutoresDébora Renata de Freitas Braga, Orlando Rios,
Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoAo analisar epístolas trocadas entre Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes, organizadas por Maria Emília Marques Mano e António Mateus Vilhena, propomo-nos a mapear o percurso genético das obras A Farsa e El-Rei Junot e, assim, explorar o teor de subversão da escrita brandoniana. Podemos pensar neste caráter de subversão, em princípio, na concepção de romance que o escritor do Douro desfaz, e também, assumir que este tenha rompido com a própria noção de “texto” como algo acabado. O texto não seria mais produto de um processo individual de criação, ao contrário: converter-se-ia em um fio de sociabilidade tecido entre os amigos escritores, o que pode ser observado no estudo das correspondências em questão, mesmo porque a obra acabada deixou de ser o único instrumento de investigação literária, cedendo espaço para um processo em círculos: da criação à obra e, desta, de volta ao processo de criação. Contudo, a narrativa de Raul Brandão ultrapassou suas próprias linhas para colocar-se como uma escrita na decadência, tendo seu lugar garantido tanto na esfera intelectual e literária de Portugal, quanto na esfera social.
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