Entre documentário e ficção: os cinemas contemporâneos chinês e dinamarquês

2015; Universidade da Beira Interior, Portugal (UBI) & Universidade Estadual de Campinas, Brasil (UNICAMP); Issue: 20 Linguagem: Português

ISSN

1646-477X

Autores

António Tomé Saldanha Quadros Dias Ferreira,

Tópico(s)

History, Culture, and Society

Resumo

“Cinema par excellence, a language the semantic and syntactic unit of which is in no sense the Shot; in which the image is evaluated not according to what it adds to reality but what it reveals of it.” (Lehman, 1997: 62). Em 1972, a Dinamarca assina os tratados de Adesao a Europa. Seis anos mais tarde, sao implementadas reformas economicas que marcam o inicio da abertura da China ao Ocidente. Aquando da celebracao do centenario da histo- ria mundial do cinema, depois do massacre da Praca de Tiananmen e da queda do muro de Berlim, emergem o movimento Dogma 95 (Dogme 95) liderado por Lars von Trier e Thomas Vinterberg, e o Grupo de Jovens Realizadores de Cinema Experimental da Academia de Cinema de Pequim (Beijing Film Aca- demy Youth Experimental Film Group) liderado por Jia Zhangke. Atraves do olhar fiel de Jia Zhangke em “China, um toque de pecado” e por outro a reali- dade construida de Thomas Vinterberg em “A caca”, a presente tese de douto- ramento intitulada “Entre documentario e ficcao: os cinemas contemporaneos Chines e Dinamarques” estabelece como ponto de partida a seguinte questao: Em que medida as transformacoes sociais influenciam a estetica do cinema? O estudo comparativo entre dois contextos social e cultural distintos, constitui-se pertinente e original. Em primeiro lugar, este estudo visa investigar as seme- lhancas e as diferencas entre o cinema da sexta geracao de realizadores chine- ses e o cinema Dogma 95, quer ao nivel da expressao artistica quer na forma como o cinema aborda e retrata questoes de indole social. Em segundo lugar, estas questoes de cariz social referentes a uma sociedade em permanente mu- tacao que sao levantadas na “esfera publica”, constroem um espaco de reflexao e conduzem a “modernizacao da linguagem cinematografica”. Atraves de uma perspectiva introspectiva conclui-se que China e Dinamarca inscrevem-se no mesmo cinema hibrido e global, entre ficcao e nao ficcao, realidades diagetica e nao diagetica, evocam a representacao da memoria colectiva e individual. Na viragem do milenio, ambos cinemas reinventam e reflectem o cinema verite, enfatizando as dimensoes intrinsecas da realidade e ficcao, autentico ou a ilu- sao. Uma nova cultura visual foi criada, um novo paradigma cinematografico foi edificado.

Referência(s)