
DE <em>APÁTÊ</em> A <em>PSEÛDÊS</em>. OU: DE COMO <em>MÊTIS</em> TORNA-SE UM PROBLEMA À FILOSOFIA MORAL
2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS; Volume: 20; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5216/phi.v20i2.35964
ISSN1982-2928
AutoresGustavo Bezerra do Nascimento Costa,
Tópico(s)Philosophical Ethics and Theory
ResumoDiscutimos neste artigo a questão acerca de como as práticas de engano vêm a se tornar um problema à filosofia moral e de como poderiam ser pensadas para além do crivo dessa condenação. Como procuramos defender, uma resposta a esta pergunta remeteria ao pensamento grego, particularmente ao pensamento platônico nos diálogos: Hípias menor e A república, tendo como horizonte o problema da desambiguação da Alêtheia e a exclusão, pelo pensamento filosófico, das formas de inteligência astuciosa que os gregos atribuíam à deusa Mêtis. Por outro lado, implicaria também uma distinção de perspectivas inerente ao que chamamos de engano, que põe em lados opostos o enganador e o enganado, a partir do reconhecimento ou não do engano. Sob esse viés, defendemos que, para os gregos, o problema não estaria no engano propriamente dito – embora o pensamento platônico aponte para isto – mas no ser enganado, e principalmente, autoenganado.
Referência(s)