
Ação antrópica em torno das nascentes da Microbacia do Rio Bitury, Município de Belo Jardim (Região Agreste de Pernambuco)
2015; Volume: 2; Issue: 3 Linguagem: Português
10.21438/rbgas.020303
ISSN2359-1412
AutoresLuciano Gomes da Silva Júnior,
Tópico(s)Environmental and biological studies
ResumoOs impactos ambientais numa bacia hidrográfica revestem-se de maior importância por afetarem um dos principais recursos naturais necessário à vida. Existem diversos fatores que podem alterar a quantidade e a qualidade da água das nascentes de uma bacia hidrográfica, compreendendo os fatores naturais e os que são resultantes da ação antrópica. A Microbacia do Rio Bitury está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca, na Região Agreste do Estado de Pernambuco, no Município de Belo Jardim, em uma área de Brejos de Altitude, contendo inúmeras nascentes, fornecendo água para consumo humano, atividades agropecuárias e industriais, tendo importância relevante para a região. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi quantificar o impacto humano sobre a vegetação ciliar de 66 nascentes encontradas na microbacia. Foram testadas hipóteses referentes ao impacto que a população humana exerce sobre a qualidade da mata do entorno das nascentes avaliado por meio do Índice da Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). Foram localizadas 66 nascentes e definidas 50 áreas controle, que tiveram suas coordenadas geográficas definidas utilizando-se um aparelho de GPS (Garmim, Colorado 300). Foi usado o programa ArcGis 9.2 para criar áreas com um raio de 50 m, tanto nas áreas controle como nas nascentes, conforme a determinação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). As nascentes apresentaram valores de NDVI diferentes entre si e, em média (0,57 +/- 0,082), significativamente (F1/982 = 189,91; p <= 0,001) menores do que o NDVI médio das áreas controle (063 +/- 0,036; média +/- DP). Portanto, foi observado que o estado de conservação das nascentes é significativamente pior do que das áreas controle, mesmo que em alguns casos as nascentes possam apresentar certo grau de cobertura vegetal, indicando assim, um processo antrópico de degradação numa área de preservação permanente, com possíveis repercussões na disponibilidade e qualidade hídrica na região. A avaliação das interações dos recursos e das ações antrópicas, diagnosticando as condições das nascentes, se faz necessário para orientar as possíveis intervenções.
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