Controle de Desmodus rotundus e educação sanitária em pequenas comunidades da baixada maranhense - Brasil
2012; Volume: 10; Linguagem: Português
ISSN
2596-1306
Autores Tópico(s)Animal and Plant Science Education
ResumoEste trabalho teve o objetivo de tracar o perfil dos ataques de vampiros em pessoas e semoventes na Baixada Maranhense (regiao alagada), controlar a populacao de Desmodus rotundus , bem como, mostrar que a educacao sanitaria e uma possibilidade de transformacao de comportamento dos individuos avaliados. Na regiao estudada, as areas mais altas onde os animais se alimentam durante o periodo das cheias, sao denominadas pelos populares de ‘Teso’ , no periodo das secas os servidores da Agencia Estadual de Defesa Agropecuaria do Maranhao (AGED-MA), atenderam demanda de espoliacoes em animais e humanos em dois povoados a 2 km entre si. No total foram visitadas 48 casas, sendo 35 em Frades e 13 no povoado Teso da Tapera. Ha historico de abertura de novas areas dentro de remanencentes de matas que estariam proximas aos povoados em estudo. Nas comunidades agredidas foram realizadas palestras sobre Raiva Humana e Animal e Bioecologia de Morcegos Hematofagos para 86 pessoas em 3 ocasioes distintas. Realizou-se um questionario para avaliar o sistema de criacao de animais e mordeduras do Desmodus rotundus . Pela analise dos resultados, observou-se que 13 humanos foram agredidos, dentro de uma populacao de 198 pessoas, uma crianca (0,50%) e 12 outras adultas (6,06%), perfazendo um total de 7% da populacao exposta. As criancas dormem quase sempre protegidas com mosquiteiros. Da localizacao das espoliacoes nos humanos, 92,30% foram nos pes, indicando que as pessoas que dormem em redes , ficam com as extremidades inferiores estao mais vulneraveis a ataque de vampiros e 81% das pessoas entrevistadas nao tinham esclarecimentos necessarios a respeito da raiva. A maior frequencia de mordeduras em pessoas aconteceram num periodo de 4 meses (92,30%), entre os meses de agosto e outubro e o restante a no maximo 1 ano. Indicando que as agressoes podem ter ocorrido em funcao do desmatamento de areas proximas aos povoados e no periodo do deslocamento de animais para outras areas. Todas as pessoas agredidas, so procuram o servico de saude para tratamento preventivo apos a primeira palestra, demonstrando a importância da educacao sanitaria em areas de risco para raiva. Pela ausencia de casos clinicos, observa-se que a populacao de morcegos hematofagos nao estava enferma com virus rabico. Das pessoas envolvidas em entrevista, (20,87%) delas descreveram como abrigos, ocos de arvore e bueiros na Ferrovia Carajas. Verificou-se que dentre 47 criadores, 51,6% destes deixavam os seus animais soltos no periodo, e os que ficavam proximos as residencias seriam um atrativo aos morcegos. No periodo analisado, observou-se que apesar de haver animais nas redondezas, os D. rotundus, tinham preferencias por alimentar-se de sangue humano. Com base nas elucidacoes de campo, sistema de criacao e caracteristicas da area, conclui-se que ha muitos abrigos ao longo da Ferrovia Carajas que corta os municipios do Estado e poucos nos campos alagados; as moradias mesmo sendo de alvenaria, nao possuem forros ou outro tipo de protecao impedindo a entrada dos hematofagos; no regime de criacao dos animais na baixada, na estacao chuvosa os medios e/ou grande animais estao proximo as residencias e no periodo mais seco sao criados soltos, os morcegos nao acompanham essa movimentacao; o controle de morcegos hematofagos e a educacao sanitaria sao medidas de facil visualizacao e convencimento em comunidades; facilmente o homem pode se tornar uma fonte de alimentacao alternativa em areas onde houve alteracoes de ambiente, movimentacao ou morte de animais e nao ha circulacao viral na area ja que o resultado do diagnostico laboratorial foi negativo para raiva e nao houve casos da enfermidade.
Referência(s)