Artigo Produção Nacional Revisado por pares

A economia de Keynes, a busca de uma nova teoria econômica e a “armadilha do equilíbrio”

1995; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 4; Issue: 2 Linguagem: Português

ISSN

1982-3533

Autores

Antonio Carlos Macedo Silva,

Tópico(s)

Political Economy and Marxism

Resumo

Este artigo trata da coexistencia de aspectos revolucionarios e conciliadores na Teoria geral de Keynes. Propoe-se que a conciliacao nao era uma necessidade de ordem logica e que, alem disso, dificultou o desenvolvimento de um paradigma nao-neoclassico. Argumenta-se que, de um lado, Keynes subestimou o impacto de suas ideias (como sua teoria das decisoes sob condicoes de incerteza) sobre questoes microeconomicas; dessa forma, o escopo de sua teoria “geral” foi desnecessariamente limitado ao âmbito de uma disciplina particular, a “teoria da producao e do emprego como um todo”, vale dizer, a macroeconomia. De outro lado, a adocao do metodo do equilibrio teria sido, em ultima instância, prejudicial. A estatica comparativa foi entronizada como metodo legitimo para a teoria macroeconomica; em consequencia, a demonstracao, pela sintese neoclassica, da existencia de condicoes sob as quais a economia se encontra em equilibrio de pleno emprego pode facilmente ser interpretada como representando a derrota da revolucao keynesiana, liberada das limitacoes impostas pelo proprio Keynes, oferece o arcabouco teorico necessario a um paradigma alternativo, baseado no metodo da dinâmica e no conceito de tempo historico.AbstractThis article is concerned with the coexistence of revolutionary and conciliatory elements in Keynes’ General theory. The contention is that conciliation was not a logical necessity and, besides, that it has imposed some obstacles to the development of a non-neoclassical paradigm. It is argued that, on the one hand, Keynes played down the impact of his ideas – as, for instance, his theory of decisions under conditions of uncertainty – upon microeconomic issues; by that means, the scope of his “general” theory was unnecessarily restricted to the “theory of output and employment as a whole”, i.e., macroeconomics. On the other hand, it is argued that the adoption of the equilibrium method proved ultimately misleading, because it enthroned comparative statics as a legitimate method in macroeconomic theory. As a consequence, neoclassical synthesis’ banal theorems on the existence of a full employment equilibrium were easily interpreted as the indisputed defeat of Keynes’ theory. In contrast, this article suggests that, once freed from the limitation imposed by Keynes himself, Keynesian theory provides the theoretical framework for an alternative paradigm, based on dynamics and on a historical concept of time.Key-words: Macroeconomic theory. Keynes, J.M., 1883-1946. Keynesian economics; Equilibrium

Referência(s)