
O “MACUNAIMÊS” DE PARAGUAÇU: A INVENÇÃO DO BRASIL SOB OS OLHOS DE UMA HEROÍNA QUE VIROU ESTRELA
2015; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
10.32813/2179-1120.2015.v8.n2.a275
ISSN2179-1120
Autores Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoEste artigo discute o cosmopolitismo como uma ininterrupta deriva cultural numa cartografia desterritorializada. O enfrentamento entre culturas diferentes e estudado aqui a partir do filme Caramuru: a invencao do Brasil , de Guel Arraes, rodado em 2001. O estudo parte do principio que o multiculturalismo, aquilo que aglutina diferentes perspectivas identitarias diante do mundo, e um dos elementos responsaveis pela aculturacao, a qual pode conferir a perda de certos tracos originais quando se navega num processo migratorio. Nesse sentido, muitas vezes, deslocados de seus paises, os individuos sao engolidos, mas nem sempre assimilados, pelo etnocentrismo de determinadas comunidades. Orbitam pelas ruas de grandes centros, mas nem por isso sao integrados ao le grand marche de transnacionalizacao e globalizacao dos bens materiais e simbolicos que convertem cidadaos em consumidores. Apesar da tendencia apocaliptica denunciada desde a Teoria Critica da Cultura, e preciso observar que sim, o subalterno pode falar. No filme em questao, tal procedimento e alcancado gracas a esperteza “sem nenhum carater de sua protagonista”. A regiao periferica ganha voz gracas a elementos discursivos, como a escritura, que permitem ao marginal ser ouvido. Com isso, o que se pretende mostrar neste artigo e como agentes sociais oriundos de diferentes locais conseguem resistir frente ao cosmopolitismo por meio da escrita que legitima seu lugar de fala e sua identidade suplementar.
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