Resíduos bíblicos na poesia colonial brasileira
2014; Volume: 29; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5020/23180714.2014.29.1.50-68
ISSN2318-0714
AutoresJéssica Thaís Loiola Soares, Francisco Roberto Silveira de Pontes Medeiros,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO Diabo sempre foi alvo de inquietações, porque sua figura passou por muitas modificações no decorrer dos tempos. Tendo como base, em geral, o texto bíblico, a interpretação acerca do Diabo foi diferente em cada momento histórico. Porém, a noção de um mal, por vezes personificado na personagem do Diabo, mantém-se até os nossos dias. Nesta breve análise, deter-nos-emos sobre os resíduos do imaginário diabólico bíblico em torno da persuasão, desvinculados da ideologia maligna comumente relacionada com o Diabo, encontrados na poesia sacra de Gregório de Matos e em Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, poetas do período colonial brasileiro. Para tanto, faremos uso da Teoria da Residualidade (PONTES, 1999), segundo a qual nada é original na cultura e na literatura, mas, pelo contrário, tudo remanesce de outros tempos e espaços. Assim, pretendemos demonstrar que a essência da persuasão diabólica bíblica, isto é, o resíduo, permanece, o que demonstra que as culturas e, especificamente, as literaturas, estão em contínuo processo de entrecruzamento.
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