Artigo Acesso aberto Revisado por pares

As decisões no fim da vida nas unidades de cuidados intermédios: Um estudo europeu

2007; Elsevier BV; Volume: 13; Issue: 6 Linguagem: Português

10.1016/s0873-2159(15)30383-4

ISSN

2173-5115

Autores

Stefano Nava, C Sturani, Sri Harti, Giovanna Magni, Mirela Ciontu, Antonio Corrado, Anita K. Simonds,

Tópico(s)

Family and Patient Care in Intensive Care Units

Resumo

Na maior parte dos países ocidentais morre anualmente cerca de 1% da população. Apesar dos avanços tecnológicos da medicina actual no tratamento dos doentes muito graves e no prolongamento da vida, é hoje reconhecido que este prolongamento pode não ser um objectivo apropriado. A 5.ª Conferência Internacional de Consenso em Cuidados Intensivos, sobre as questões ligadas ao tratamento nas unidades de cuidados intensivos, identificou vários problemas: A variabilidade da prática clínica Modelos inadequados de previsão da morte Desconhecimento das preferências dos doentes Má comunicação entre os profissionais de saúde e os doentes ou seus representantes Treino insuficiente dos prestadores de cuidados de saúde Uso de terminologia imprecisa e insensível Documentação incompleta nos registos médicos Na sequência destes resultados, foi recomendada mais investigação que possa conduzir à melhoria dos cuidados de saúde no fim da vida. A DPOC, o cancro do pulmão, as infecções respiratórias e as doenças torácicas restritivas lideram as causas de morte, contribuindo em conjunto para cerca de 30% das mortes. A insuficiência respiratória crónica agudizada é a fase final habitual destas doenças e, na grande maioria dos casos, é tratada por pneumologistas. Neste artigo apresenta-se um estudo realizado ao longo de seis meses pelo grupo de interesse em cuidados intensivos respiratórios da Sociedade Respiratória Europeia, com o objectivo de avaliar as práticas clínicas no fim da vida de doentes admitidos em unidades de cuidados intermédios e em unidades de alta dependência na Europa. Neste estudo foi administrado um questionário de 33 itens que incluiu perguntas sobre a natureza e a epidemiologia das decisões no fim da vida, questões sobre a comunicação destas decisões e questões gerais sobre a organização da unidade, o tipo de doentes habitualmente admitido e as características dos respondedores. Foram incluídos centros do Norte da Europa (Alemanha, Reino Unido, Áustria, França e Bélgica) e do Sul da Europa (Itália, Espanha, Portugal, Turquia e Roménia) e a taxa de respostas foi de 29,5%. Um total de 6008 doentes foram admitidos neste período e a decisão no fim da vida foi obtida em 21,5% (1292 doentes). A taxa de mortalidade verificada nestes foi de 68% (884 dos 1292 doentes).

Referência(s)