
Apontamentos Sobre a Relação entre Religião e Autorreflexividade nos Escritos Sobre Filosofia da Religião de Paul Tillich (1919-1925)
2015; UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO; Volume: 14; Issue: 27 Linguagem: Português
10.15603/1677-2644/correlatio.v14n27p85-110
ISSN1677-2644
Autores Tópico(s)Philosophical and Historical Studies
ResumoO presente artigo somente pode ser considerado um esboco. Ele apresenta os contornos basicos de uma pesquisa de pos-doutorado que ainda se encontra em estagio de desenvolvimento. A hipotese basica que sustenta o escopo destes apontamentos gerais se encontra na assertiva de que o periodo intermediario da producao intelectual de Tillich – viz., o periodo de sua guinada em direcao a uma teoria idealista-neokantiana do sentido – e fundamental para uma compreensao rigorosa da totalidade de sua obra. Este periodo e singular tanto por ser um periodo de revisao e reformulacao de seus escritos schellinguianos iniciais, quanto por lancar as bases teoreticas fundamentais que sao responsaveis por sustentar, de forma sistematica, a totalidade de seus escritos filosoficos e teologicos ulteriores. Num primeiro momento, apontamos que as interpretacoes ontologizantes e ontoteologicas do pensamento de Tillich nao fazem jus a fundamentacao interna de seu posicionamento filosofico. Em segundo lugar, apontamos os contornos gerais da categoria do sentido como o quadro explanatorio basico de seu conceito de religiao. Nesta conexao, defendemos que a filosofia do espirito, da consciencia e do sentido de Tillich deve ser interpretada a partir da interface entre idealismo-neokantismo e a teoria da intencionalidade oriunda da fenomenologia husserliana. Em terceiro lugar, apontamos para a relacao entre religiao e autoconsciencia imediata sob o prisma do conceito de Unbedingte . O incondicional, enquanto uma descricao da autoconsciencia, fundamenta tanto a certeza de Deus quanto a certeza de si. Por fim, apontamos que o conceito de religiao em Tillich diz respeito a transparencia do espirito na reflexividade interior de sua autorrelacionalidade historicamente condicionada. E sob o prisma desta estrutura de autorreflexividade do espirito que a ontologia de Tillich deve ser interpretada.
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