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Écfrase e o palco: teatralidade e recepção

2014; Volume: 18; Issue: 1 Linguagem: Português

10.11606/issn.2358-3150.v18i1p3-18

ISSN

2358-3150

Autores

Ruth Webb,

Tópico(s)

Classical Antiquity Studies

Resumo

Para a teoria antiga, uma das características da écfrase – e do conceito afim da enargeia – é sua natureza teatral. A analogia com o palco está presente no objetivo expresso da écfrase (“transformar ouvintes em espectadores”), assim como seu uso é associado a contextos em que o emissor é concebido como participante de uma performance ao vivo diante de uma audiência. Este artigo trata das implicações da écfrase como performance para nossa leitura de uma série de textos, dando atenção especial para o uso de uma linguagem vívida na tragédia clássica, na qual as imagens evocadas pela fala do mensageiro existem em conformidade com a visão real do palco. Leitores de séculos posteriores parece que estavam conscientes desse efeito e de seus paradoxos, como sugere a presença, entre as Imagines de Filóstrato, de diversas cenas inspiradas em falas de mensageiros de tragédias, apresentadas como se fossem os motivos das pinturas. Portanto, duas formas de recepção devem ser consideradas: a recepção das peças pela audiência ateniense original; e a recepção dos textos dessas mesmas peças pelos leitores em períodos posteriores da Antiguidade.

Referência(s)
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