Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

DEFICIÊNCIA E LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

2016; Wiley; Volume: 16; Linguagem: Português

10.1111/1471-3802.12159

ISSN

1471-3802

Autores

Mateus Amaral, Maria Inês Bacellar Monteiro,

Tópico(s)

Multimedia Communication and Technology

Resumo

O presente trabalho, orientado pela perspectiva histórico-cultural, que compreende o desenvolvimento humano em seu caráter biológico, histórico e social, tem o intuito de observar como o cinema representa as pessoas com algum tipo de deficiência e que contribuições a reflexão sobre essa representação pode trazer para professores de escolas que possuem esses alunos. A importância do estudo justifica-se pelo modo como a linguagem cinematográfica se configura hoje como uma das principais disseminadoras de comportamentos e representações culturais, colocando-se, assim, como um meio pertinente de observação e discussão. Para isso, realizamos um levantamento dos filmes produzidos nos últimos 20 anos sobre a temática, com o intuito de analisar as características e principais concepções veiculadas nas obras, a fim de refletir sobre como o individuo com deficiência é representado e a maneira como as relações com ele em âmbito escolar são influenciadas por isso. Foram encontradas 246 obras cinematográficas, produzidas entre 1994 e 2014, que trazem a deficiência como temática. Diante disso, classificamos esses filmes quanto ao tipo de deficiência focalizada, gênero, local e ano de produção. Em relação ao tipo de deficiência, encontramos: autismo (34), auditiva (70), intelectual (34), física (42), síndrome de down (22) e visual (44). Quanto ao gênero, notamos que o mais difundido é o drama (68,7%). Dentre os países de produção mais encontrados, pode-se destacar Estados Unidos da América, Brasil, Reino Unido, França e Índia. Após assistir uma amostra de três filmes de diferentes países, identificamos que a representação mais comum e difundida da pessoa com deficiência hoje é de alguém triste e retraído, que tem a deficiência como um empecilho para estabelecer relações sociais. A partir disso, consideramos que se possa propor discussões com professores, que permitam refletir sobre a imagem da pessoa com deficiência e, principalmente, a maneira como essa imagem pode influenciar o relacionamento do professor com o aluno com deficiência em sala de aula.

Referência(s)