Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

As contradições da patologização das identidades trans e argumentos para a mudança de paradigma

2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; Volume: 1; Issue: 5 Linguagem: Português

10.9771/peri.v1i5.17175

ISSN

2358-0844

Autores

Leonardo Farias Pessoa Tenório, Marco Aurélio Máximo Prado,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

As experiências das transidentidades não se adequam no conceito de nenhuma patologia, muito menos de alguma psicopatologia, sobretudo porque é inviável e impossível estabelecer critérios diagnósticos coerentes com a realidade das diversidades das experiências das pessoas que vivem identidades trans. Isso significa que a lógica da patologização tem historicamente revelado muito mais o esforço da manutenção de hierarquias de saber e do poder científico como formas de regulação das normas sociais e de coerção e submissão às normas de gênero do que propriamente a criação de mecanismos e critérios de atenção e cuidado à saúde integral. O processo histórico da patologização e da psiquiatrização das transidentidades gera prejuízos de várias ordens às pessoas trans, negando a dignidade, a relativa autodeterminação e a possível autonomia sobre seus próprios corpos, pois entende a expressão da vida das pessoas trans como um conjunto de comportamentos psicopatológicos, reduzindo-os a estereótipos e descrições prescritivas homogeneizantes.

Referência(s)