
Transtorno bipolar: sub ou superdiagnóstico no envelhecimento?
2016; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/2357-9641.2016.1.24988
ISSN2357-9641
Autores Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoNas ultimas decadas evidenciou-se um aprimoramento significativo na habilidade dos psiquiatras de diagnosticar transtorno bipolar. E possivel abordar essa questao como “uma faca de dois gumes”. Por um lado, muitos avancos ocorreram e o diagnostico correto propiciou tratamento adequado para muitos individuos que passaram anos sofrendo os onus de diagnosticos equivocados. Inumeras situacoes de monoterapia com antidepressivos, uso de psicoestimulantes entre outras condutas ainda sao vistas no dia a dia do psiquiatra. Uma avaliacao mais apurada pode revelar quadros bipolares “ocultos” e oferecer melhores opcoes de tratamento. A partir da disponibilidade dos antidepressivos inibidores seletivos da receptacao de serotonina, muito mais seguros, bem tolerados e de facil posologia, as prescricoes de antidepressivos cresceram de forma exponencial. Parece muito mais tranquilo prescrever um antidepressivo quando compara-se com a prescricao de um estabilizador de humor. So que isso pode trazer riscos aos bipolares. E possivel induzir um episodio maniaco que muitas vezes e catastrofico na vida de um individuo. Paralelamente a isso, ha um certo “modismo”. E muito comum ouvir pessoas leigas afirmarem “sou bipolar” ou mesmo profissionais da area de saude mental darem esse diagnostico em excesso. Dificuldade em observar melhor aspectos da personalidade e a pressao em dar logo um diagnostico contribuem nesse sentido. Oscilacoes de humor podem ocorrer mesmo em pessoas sem qualquer transtorno mental e que essas mudancas devem ser contextualizadas. Como estaria outra pessoa que estivesse passando por uma situacao semelhante? O quanto esses sintomas estao trazendo prejuizo ou sofrimento significativos? Transtorno bipolar e um transtorno mental severo, com morbidade e mortalidade significativas. Deve-se ter cuidado para nao banalizar o diagnostico e fornecer justificativas para quaisquer comportamentos que fogem a etiqueta social. E fundamental ter em mente esses dois lados na rotina da assistencia em saude mental. Encontrar a “coluna do meio” e nao errar nem por falta, nem por excesso e o objetivo a ser perseguido. Nao esquecer das antigas aulas de Semiologia Medica, observar o individuo, ouvir atentamente sua historia clinica, realizar uma boa anamnese, pesquisar dados relevantes e fazer um exame do estado mental minucioso ainda sao as nossas melhores ferramentas. Saber identificar quando e preciso ser rapido em tomar condutas para garantir a seguranca do Editorial Open Access PajaR 2016 volume 4 number 1 page 1-2 http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/pajar/
Referência(s)