Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Cotidiano, consumo e vida urbana em cidades médias brasileiras

2016; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 28; Linguagem: Português

10.4000/confins.11128

ISSN

1958-9212

Autores

Eda Maria Góes,

Tópico(s)

Public Spaces through Art

Resumo

Partindo do pressuposto de que o consumo é o meio a partir do qual as práticas espaciais podem ser apreendidas na atualidade, a perspectiva da análise adotada nesse artigo é a da “Geografia da vida cotidiana”, que valoriza o papel de cada citadino como sujeito no processo de produção do espaço urbano, o que nos levou a realização de um conjunto de 89 entrevistas com moradores de seis cidades médias brasileiras (Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos e São José do Rio Preto - SP, e Londrina – PR). Com base na sua análise, as lutas travadas no campo do consumo e o papel fundamental dos espaços foram evidenciados, observando-se que a casa, seus equipamentos e o veículo individual estruturam um permanente e renovável sistema de objetos, que assumiu autonomia e atua na reprodução das desigualdades sociais. Como conclusão principal, constata-se que a ampliação do acesso ao mercado imobiliário, de eletrodomésticos e de veículos, ocorrido no Brasil desde os anos 1990, mas principalmente nos anos 2000, possibilitou a difusão da representação da classe trabalhadora, como consumidora e produtora de vida urbana, ao mesmo tempo em que a normalização do consumo, as práticas individuais de lazer e a localização periférica das residências favoreceram o controle social, especialmente nessas cidades médias nas quais espaços públicos, sindicatos, manifestações políticas e mesmo “o botequim da esquina” exercem cada vez menos atração.

Referência(s)