José Bonifácio, o político
1963; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 27; Issue: 55 Linguagem: Português
10.11606/issn.2316-9141.rh.1963.122119
ISSN2316-9141
Autores Tópico(s)Sociology and Education in Brazil
ResumoEm 1819, ao retornar a São Paulo, donde partira jovem havia trinta e seis anos, José Bonifácio era, se não um homem em busca de repouso, pelo menos alguém que, nesse intervalo entre a vida e a morte, esperava dar o arremate a afanosa existência de cientista. Nada de política... nada de negócios de Estado... nada de cargos eletivos. E talvez julgas-se ser um bem, dado o temperamento "fogoso, violento, apai-xonado", que lhe imputou Latino Coelho, e que não era ape-nas dêle, mas dos Andradas, todos por certo ainda lembrados do que custara ao irmão Antônio Carlos a sua participação na revolução de 1817. José Bonifácio estava livre dêsses peri-gos. Tranqüilamente, iria cuidar, como sempre, da mineralo-gia, da metalurgia, da filosofia, da literatura. Éle próprio, aliás, muito lúcido, deixou esta confissão: "Nascido com um temperamento fervido, o meu primeiro movimento é uma doi-dice completa e atrevida, que tomo por uma nobre intrepi-dez" . Sangue na guelra, diz-se em linguagem popular. Mas, que importava essa impulsividade a quem, alheio ao bulício da política, ia, como sempre, cuidar dos seus livros e das suas leituras?
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