Matiz II para violino, violoncelo e piano (2013)
2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ; Volume: 2; Issue: 3 Linguagem: Português
10.18542/arteriais.v3i3.3925
ISSN2526-8244
Autores Tópico(s)Brazilian cultural history and politics
Resumo“O vento experimenta o que ira fazer com sua liberdade...”1 Deixei-me guiar por este sugestivo Hai-kai de Guimaraes Rosa durante o processo composicional de “Matiz II” para violino, violoncelo e piano. Passei a conceber a musica nao apenas com os materiais definidos inicialmente, mas, sobretudo com liberdade para incorporar as estruturas que fui encontrando durante a composicao. O ato de compor e um ato de descoberta. Perceber essas estruturas e a parte do jogo onde os materiais nao sao vistos como entidades fixas, mas como uma especie de paleta de cores que o pintor transfigura na tela, misturando, sobrepondo e reconfigurando a todo o momento. Ha no processo uma constante necessidade de interpretar os materiais, pois acredito que ha neles uma forca natural intrinseca, uma plasticidade imensuravel, e um dos papeis do compositor e revelar exatamente isso. E a partir dessa imersao, num processo artesanal, que os matizes foram se materializando no curso temporal da obra. Sua narrativa buscou estabelecer uma dinâmica entre momentos de muita mobilidade e pouca mobilidade sonora, um jogo de construcao e desconstrucao de movimento. A obra faz parte de um ciclo de pecas iniciado em 2010 que contempla solos, duos e trios. “Matiz II” foi composto em 2013 especialmente para o album 3+2/SP do Epifania Piano Trio e lancado pelo selo Agua Forte.
Referência(s)