Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Uma cidade cercada: Malaca durante a União Ibérica (1580-1640)

2016; Civilisations et Littératures d’Espagne et d’Amérique du Moyen Âge aux Lumières (CLEA) - Paris Sorbonne; Issue: 25 Linguagem: Português

10.4000/e-spania.25971

ISSN

1951-6169

Autores

Rui Loureiro,

Tópico(s)

Socioeconomic Development in Asia

Resumo

Malaca, uma das mais valiosas possessões orientais da Coroa portuguesa, ocupava uma posição singular na costa ocidental da Península Malaia, num ponto de cruzamento de rotas, culturas, interesses e esferas de influência. Peça essencial na orgânica do Estado da Índia, Malaca, por razões geográficas, ecológicas e estratégicas viveu quase sempre num ambiente de cerco, rodeada por potentados asiáticos hostis, que periodicamente tentavam desalojar os portugueses. A União Ibérica, se num primeiro momento veio contribuir para o crescimento e a prosperidade desta cidade portuária, teve a prazo consequências desastrosas, por força da chegada ao mundo oriental de outras potências europeias, e nomeadamente dos holandeses. Estabelecidos na vizinha ilha de Java, os holandeses fizeram de Malaca um alvo prioritário dos seus ataques, ao mesmo tempo que assediavam a navegação lusitana que cruzava os Estreitos de Malaca e de Singapura. As relações entre Malaca e Manila, mesmo durante a União Ibérica, nunca permitiram a organização de uma frente comum contra os holandeses, que acabariam por conquistar a praça luso-malaia em 1641.

Referência(s)