Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Imigração, ciência e saúde: controle de riscos e expansão de direitos na Bacia do Rio da Prata (1873-1911)

2016; Spanish National Research Council; Volume: 68; Issue: 2 Linguagem: Português

10.3989/asclepio.2016.27

ISSN

1988-3102

Autores

Fernanda Rebelo-Pinto,

Tópico(s)

Food, Nutrition, and Cultural Practices

Resumo

[pt] Este artigo analisa como o processo imigratório nos países da Bacia do Rio da Prata, em especial Brasil e Argentina, promoveu inflexões na assinatura de acordos sanitários no final do século XIX. O porto é compreendido como um dispositivo onde se definem saberes e normas e se estabelecem intervenções sobre as populações em trânsito, em especial imigrantes. Os entraves na assinatura de convenções sanitárias entre estes países estavam não só relacionados às controvérsias no interior das comunidades médico-científicas como também às tensões políticas e econômicas vinculadas à disputa por mão de obra imigrante. Nas primeiras décadas do século XX, assistimos a um deslocamento de interesses e problemas relacionados à saúde pública. Não bastava mais só conter epidemias, os estados nacionais deveriam garantir certos benefícios às populações, em especial associados à assistência à saúde. Esta nova perspectiva é analisada a partir das compreensões e usos da ideologia liberal no que diz respeito à auto-regulação dos riscos, à coletivização de bemestar e à expansão de direitos civis e sociais, alavancados, em parte, pela inclusão da população imigrante nestas sociedades.

Referência(s)