Revisão Acesso aberto

Neuroimagem e Biomarcadores no Prognóstico Funcional de Doentes com Acidente Vascular Cerebral

2016; Ordem dos Médicos; Volume: 29; Issue: 11 Linguagem: Português

10.20344/amp.7411

ISSN

1646-0758

Autores

João Branco, Joana Santos Costa, João Sargento‐Freitas, Sandra de Oliveira, Bruno Coelho Mendes, Jorge Laíns, João Páscoa Pinheiro,

Tópico(s)

Cerebrovascular and Carotid Artery Diseases

Resumo

Introdução: O acidente vascular cerebral é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo o mundo, associando-se a considerável incapacidade funcional. Atualmente sabe-se que tanto técnicas de neuroimagem como determinados biomarcadores fornecem informações úteis acerca da etiologia, decisão terapêutica, follow-up e prognóstico em doentes com acidente vascular cerebral isquémico. Assiste-se, porém, a um interesse particular na previsão do prognóstico vital em detrimento do prognóstico funcional. Antecipar o prognóstico funcional permitiria definir um programa de reabilitação adequado, objetivo e individualizado, com uma alocação de recursos mais eficiente. O presente trabalho tem como objetivo rever o conhecimento atual acerca do papel da neuroimagem e dos biomarcadores sanguíneos em fase aguda na previsão da recuperação funcional dos doentes que sobrevivem a um acidente vascular cerebral isquémico.Material e Métodos: Revisão da literatura publicada entre 2005 e 2015, em língua inglesa, utilizando os termos “ischemic stroke”, “neuroimaging” e “blood biomarkers”.Resultados: Foram selecionados nove artigos com base na leitura dos resumos.Discussão: Técnicas de neuroimagem como a tomografia computorizada, a ecografia doppler transcraniana, a angiografia cerebrale a imagem de difusão por ressonância magnética apresentam potencial preditivo do prognóstico funcional do acidente vascular cerebral, nomeadamente através da avaliação do fluxo sanguíneo e do volume e localização da lesão, sobretudo quando usados em associação com a National Institutes of Health Stroke Scale. Vários biomarcadores têm sido estudados como potenciais marcadores de diagnóstico, estratificação de risco e previsão de prognóstico no acidente vascular cerebral, em particular a S100 calcium binding protein B, a proteína C-reativa, as metaloproteinases de matriz e o peptídeo natriurético cerebral.Conclusão: Apesar de alguns biomarcadores e técnicas de neuroimagem revelarem capacidade preditiva, nenhum dos estudos com estas metodologias, isoladamente ou em associação, é capaz de sustentar a validação de um potencial modelo clínico preditivo de funcionalidade, revelando-se assim insuficientes na determinação precisa, nas primeiras horas após o acidente vascular cerebral, do prognóstico funcional aos três meses. Considera-se que são necessários mais estudos nesta área para o seu esclarecimento.

Referência(s)