
O Trabalho em Marx como Antinaturalidade: sobre a oposição entre história e natureza
2016; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português
10.15448/1983-4012.2016.2.24996
ISSN1983-4012
Autores Tópico(s)Critical Theory and Philosophy
ResumoEste artigo tem como objetivo apresentar a forma do trabalho em Marx como oposição à dimensão vital da natureza organizada. Discutiremos em O capital a aparição da categoria trabalho como uma forma de transformação dos objetos físicos e naturais a partir do investimento de valor social nas formas imediatas da subsistência nativa dos objetos naturais. Em seguida, mostraremos que a apresentação marxiana se distingue da aparição da vida orgânica no pensamento de Hegel. Com essa apresentação, desejamos mostrar, sobretudo, que, para Hegel, a dimensão vital dos organismos vivos já configura uma forma mediata e sucessiva à mecânica e à física. Por esta razão, não pode haver, em Hegel, uma caracterização imediata da natureza na totalidade do sistema. A natureza só pode ser caracterizada como uma imediatez nos Princípios da filosofia do direito, com a importante ressalva de que essa imediaticidade é relativa ao Espírito e se apresenta muito mais como uma estratégia de discussão dos objetivos centrais desta obra do que a tentativa de imputar à natureza uma oposição em relação à vida espiritual. Concluímos, portanto, que Marx está mais próximo da restrição metodológica construída por Hegel para discutir a liberdade humana na sua filosofia do direito do que da totalidade construída no conjunto da Enciclopédia.
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