Artigo Revisado por pares

Para uma leitura do poema “Fúrias”, de Sophia de Mello Breyner Andresen

2004; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 8; Issue: 15 Linguagem: Português

ISSN

2358-3428

Autores

Clara Rocha,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

O titulo do poema “Furias”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, remete no plano pre-textual para as quotidianas coleras ou irritacoes que o determinaram (tal como o titulo “Contrariedades”, de Cesario Verde), e no plano propriamente textual para a metalinguagem do mito. As deusas da mitologia classica sao convocadas e reconfiguradas neste texto de Sophia, no regime da parodia: dessacralizadas, trivializadas, as Furias sao aqui a imagem da desordem do mundo atual, que nega ou destroi a ordem essencial da natureza. As representacoes descritivas das Furias ao longo do poema convertem um sentido em forma, ao mesmo tempo que operam a passagem do mito a eventualidade historica, falando-nos dum tempo “a contratempo” que quebrou a ordem natural do mundo.

Referência(s)